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O número de evangélicos no Brasil

  • Foto do escritor: Caio Bellandi
    Caio Bellandi
  • 29 de mai.
  • 2 min de leitura

*Texto originalmente escrito na newsletter LADO B DE LER, com adaptações


Daqui a uma semana, no dia 06 de junho, o IBGE faz mais uma divulgação do Censo Demográfico 2022. O Instituto divulgará os resultados (ainda preliminares) do item RELIGIÃO da pesquisa.


Para além de todo o estudo demográfico e sociológico feitos em cima dessa importante estatística, os dados também terão grande impacto político-eleitoral, já que ficaram evidentes os projetos de poder de diversas denominações das igrejas protestantes, principalmente as chamadas neopentecostais. E dentro desse plano, o crescimento da base de fieis é parte vital.


Para que suas vontades políticas possam ter peso e pressão em todas as esferas de tomada de decisão, principalmente, o Congresso e demais casas legislativas do país, essas denominações investem na ampliação de sua base, e principalmente, na radicalização ideológica dela.



Em 1980, apenas 6,6% da população do Brasil se autodeclarava dessas religiões.


No Censo seguinte, 1991, aumentou 36% e passou para 9% da população.


O salto no Censo 2000 foi ainda maior: 71%, chegando a 15,4% do total.


O ritmo de crescimento diminuiu no Censo 2010, mas seguiu alto: 45% de aumento, chegando a 22,4%, ou 42,3 milhões de pessoas.


Se repetir o menor aumento da série dos últimos 45 anos, de 36%, já chegará a mais de 30% da população total, o que significaria uma massa de 60 milhões de brasileiros e brasileiras.


O fato é: há grandes chances de já vivermos num país onde 1/3 da população brasileira é evangélica. Esse número tende a variar consideravalmente nos recortes de regiões, estados, idade, gênero, idade e tipo de zoneamento (rural ou urbana). Isso não significa que 60 milhões de pessoas pensam igual e votam igual porque há diversidade de pensamentos dentro desse imenso guarda-chuva chamado “evangélicos”, inclusive na forma de professar a fé.


O pastor mirim grita no púlpito enquanto segura um microfone
Miguel de Oliveira, o “pastor-mirim”: mais um capítulo de um país que parece seguir para se tornar uma Nação Evangélica (Reprodução/Redes Sociais)

Ainda assim, um número e tanto considerando o tamanho do país e a importância do Brasil para a Igreja Católica. E, politicamente, um universo em disputa para charlatões da fé tentarem capitalizar dentro da acirrada polarização entre democracial liberal e fascismo.


As eleições de 2026 já começaram.


E a campanha tende a intensificar e ganhar novos (ou repetir velhos) caminhos, e para isso, a divulgação do número oficial de evangélicos que o IBGE irá publicar na semana que vem será fundamental.


A conferir.

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